sábado, 29 de agosto de 2009

Programa de residência Transforme-Perceptions, 2009

Julho - Agosto de 2009, 1º fase de trabalho.

A residência Transforme-Perception é a 2º edição do programa de aperfeiçoamento profissional em pesquisa e composição coreográfica da Fundação Royaumont. A temática desta edição é o estudo prático e teórico sobre a Percepção. A atividade prevê 4 ciclos de palestras e práticas corporais, com o objetivo de estimular o criador-intérprete a desenvolver uma linguagem própria de dança, propondo um aprofundamento no trabalho dos sentidos em questionamento na forma de solo. Os pesquisadores convidados são:
Yann Marussich, coreógrafo suíço, que vem explorando as tecnologias relacionadas às pesquisas da biomedicina. Ele dirigirá um atelier de composição ‘la danse à l’intime’ (a dança no íntimo);
Jens Hauser, crítico de arte franco-alemão é convidado para descrever dispositivos usados por artistas que utilizam as biotecnologias, ele irá analisar os mecanismos que alteram a nossa percepção;
Richard Shusterman, Ph.D. e professor que recebeu a "Dorothy F. Schmidt Eminent Scholar”, a cadeira em ciências humanas, irá introduzir uma disciplina enraizada em sua experiência profissional de Feldenkrais: o "somaesthetics";
Ananda Ceballos, intérprete e professora de dança indiana (Bharatanatyam), dará aulas de iniciação à dança indiana, uma arte cuja principal finalidade é a de despertar o prazer do paladar: o artista transmite sabor;
Dominique Brun, em uma oficina que combina teoria e prática, leciona na segunda sessão “Esforço/Forma”, uma escrita desenvolvida por Rudolf Laban que baseia-se no discernimento das diferentes qualidades de movimento.
Claire Rousier apresentará sua investigação, como autora do livro "A dança solo, uma figura singular da modernidade".
Myriam Gourfink, para impelir os limites de perceptivos de cada um dos intérpretes irá combinar palestras e seminários baseados na experiência sensorial dos seus muitos solos.
E para finalizar Andy Emler, compositor e improvisador irá propor um atelier de “soundpainting” (pintando o som), juntamente com três músicos, que também estão em residência, dirigindo um atelier de composição que fará a síntese de elementos abordados no início do ciclo.
Os doze artistas-intérpretes associam-se aos três compositores estagiários do departamento de música da Fundação Royaumont. A última etapa se prolonga ao longo de três sessões, de outubro à março de 2010, convidando os autores-intérpretes a formular o mais livremente possível um projeto de solo de 20 minutos.
Cada período da residência culminará numa apresentação pública sobre os progressos realizados. No final da última sessão, realizada em fevereiro-março de 2010, alguns projetos serão selecionados para fazer parte da programação da Royaumont, na temporada musical de 2010. Serão difundidos nas salas de teatro parceiras do CRCC (Centre de Recherche et Composition Choreographique). Durante a residência, de agosto de 2009 a março de 2010, cada dia se iniciará com uma aula de yoga liderada por Gianna Dupont, Ananda Ceballos, ou Myrian Gourfink, a prática incidirá sobre "indriyas" que é uma técnica para o refinamento e ampliação dos cinco sentidos mais sutis.

A FUNDAÇÃO ROYAUMONT

Criada em 1964 pelos patronos da Arte, Henry e Isabel Goüin, a Fundação Royaumont (Goüin-Lang) para o progresso das ciências do homem é uma Fundação privada com vocação cultural, localizada na região do Val D’oise, 30 km ao norte de Paris. A Fundação coloca-se a serviço de projetos culturais que abrange 3 áreas: música, dança contemporânea e artes multidisciplinares, convidando personalidades criativas de várias disciplinas para trabalhar juntas.
O projeto tem como principal objetivo dar apoio e monitorar o trabalho de artistas profissionais marcados pela pesquisa e experimentação, treinamento, criação e produção de obras artísticas.
http://www.royaumont.com/
* Para efetivar sua participação na residência, Cris contou com os apoios:
Edital de Intercâmbio Cultural do Ministério da Cultura;
Bolsa de estudos da associação "Les Amis de Royaumont"

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Cris Oliveira

Cris Oliveira tem formação no ballet clássico, dança contemporânea. É graduada em Artes Cênicas, pós-graduada em Gestão Cultural e possui formação na área de pesquisa e composição coreográfica pelo programa ‘Transforme – Perceptions’ (2009-2010) em estudos realizados na Fondation Royaumont - Paris. Foi integrante da Cia. de Dança Palácio das Artes (2001-2009), onde atuou em obras de vários coreógrafos e como criadora-intérprete a partir do método BPI (Bailarino-pesquisador-intérprete), criado por Graziela Rodrigues. Em 2005 recebeu o prêmio SIMPARC de melhor bailarina de Minas Gerais, por sua atuação em “Coreografia de Cordel”. Desde 2006 desenvolve trabalhos independentes e em parceria com outros profissionais, assumindo uma prática interdisciplinar no campo das artes, apresentando suas obras em diversas regiões do Brasil e no exterior.

Participou das residências Colaboratório (2010) no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro; “Interferencias” México (2010), ZAT 8 – ‘Hallucinatory body’, com Lynda Gaudreau, no Fid 2011 e Interferencias (2121) – Impulstanz Festival, Viena (Áustria).

Realizou curadoria parcial para o evento ‘1,2 na dança’– edição 2011, na indicação de solos de artistas internacionais. Publicou o artigo: Tecnologia da pele – arte, experimentação, interdisciplinaridade e a dança (Revista Prosa!-março/2012). É representante do projeto Interferências no Brasil para a Edição do encontro no país para 2013 e colaboradora do Interferencia’s book, apresentado no Impulstanz Viena (Áustria), Devir CAPA (Portugal) e Centro de las artes de San Luís Potosí (México).

Estudou com: Ana Mondini, Cizco Aznar (Suíça/Espanha), Holly Cavrell (EUA), Foofwa d’Imobilité (Studio 44, Genéve), Julie Bougard (menagèrie de verre – Paris), Damien Jalet ( La Rafinerie - Bruxelas), Krosro Adib (Irã/Bélgica), Jean Marie Huppert-Eutonia, Richard Shuterman (EUA) – método Feldenkrais,; Maria Thaís (máscara neutra); Fernando Liñares (Teatro Antropológico); Fernanda Lippi (Teatro Físico), Luiz Abreu (Dramaturgia e Direção); Dominique Brun (Esforço/forma em Laban); Claire Roussier (pensar o solo) e Myriam Gourfink(yôga). Atualmente programadora de dança no Sesc Palladium, Belo Horizonte/MG.

CONTATO

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